O aviso dado pelas Brabas à Duílio antes do manifesto durante o jogo sobre Cuca

No instante 87 da partida em que o Corinthians perdeu para o Goiás, a equipe feminina e seu treinador divulgaram uma declaração sobre o "compromisso compartilhado" do slogan "Respeita as mina". O número refere-se ao ano em que ocorreu o incidente envolvendo Cuca. Embora não tenham mencionado o nome de Cuca, a nota foi uma resposta à contratação do treinador na semana anterior. 

Desde quinta-feira (20), as jogadoras tiveram conversas longas e, juntas, decidiram lançar o manifesto nas redes sociais. Toda a diretoria foi previamente informada sobre o que aconteceria, incluindo o presidente Duílio Monteiro Alves e o gerente de futebol Alessandro. Após a contratação de Cuca, houve uma conversa com Cris Gambaré, diretora de futebol feminino do clube, e algumas jogadoras. O departamento feminino recebeu bem a postura de Duílio de ter a conversa. No entanto, as jogadoras decidiram pela publicação da nota. "Expliquei a elas e a algumas jogadoras da equipe feminina que estavam assustadas com o que viram na internet e nós explicamos a história. Elas entenderam", disse Duílio no dia da apresentação de Cuca. “Em relação à equipe feminina, o Corinthians é um clube democrático, do 'Respeito às Minas', e elas têm todo o direito de se posicionar. ”

"Estive com elas, conversamos por mais de uma hora e meia, foi tudo conversado, explicado e elas têm todo o direito de expressar a opinião delas. Não sei se dá para entender como protesto, mas dá para entender que isso reforça o que é o Corinthians, o respeito às minas. Vamos continuar tratando-as e fazendo o possível para a campanha para as mulheres", acrescentou Duílio.

Ao abordarmos dessa maneira o assunto levantado com a contratação de Cuca, abrimos espaço para uma discussão importante na sociedade. O grupo de atletas quis se posicionar sobre o tema, falando de forma geral sobre direitos e mostrando orgulho de vestir a camisa do Corinthians. Não se tratou de um manifesto ou protesto específico contra uma pessoa, mas acredito que tenha sido mal interpretado pela imprensa e torcedores. Foi um posicionamento respeitoso de um grupo de mulheres dentro do contexto do técnico Arthur Elias, que comanda a equipe feminina do Corinthians.