Essa foi a análise feita da estréia do Corinthians no Brasileirão

Os melhores momentos do Corinthians até agora em 2023 foram quando a equipe conseguiu aproximar alguns de seus melhores jogadores e promover associações entre eles. Com bola no chão, tabelas, movimentações e ultrapassagens de meias e laterais. Essa parecia ser a ideia buscada por Fernando Lázaro em seu primeiro trabalho como treinador.

Porém, na estreia no Campeonato Brasileiro, contra o Cruzeiro, o Corinthians fugiu de seu estilo e, embora tenha vencido por 2 a 1, apresentou muita dificuldade ofensiva e teve uma atuação ruim. Em vez de buscar uma construção de pé e em pé, a equipe apostou nas ligações diretas e cometeu muitos erros. Depois da partida, Fernando Lázaro admitiu que este jogo mais direto era a estratégia alvinegra para a partida, pensada a partir das características do adversário.

No primeiro tempo, o Timão conseguiu chegar com perigo apenas duas vezes, nenhuma delas em jogadas muito pensadas: a primeira aos oito minutos, em chute de longe de Matheus Bidu, que foi titular pela terceira vez e teve bom desempenho; e a segunda aos 16, em cabeceio de Gil para fora, após escanteio.

Titular pela primeira vez, Chrystian Barletta ficou muito preso à ponta direita e pouco produziu. Em vez do 4-4-2 com um losango no meio, o desenho tático lembrou mais um 4-3-3. A saída de bola era feita de forma lenta e sem muita qualidade, com Fausto Vera forçado a recuar demais para ajudar Roni.

A entrada de Cantillo no intervalo corrigiu esse problema. Embora menos intenso, o colombiano oferece bons passes e lançamentos, permitindo que os demais jogadores avancem e, assim, o Corinthians povoe mais o campo adversário. Foi justamente quando voltou às suas características que o time de Fernando Lázaro conseguiu abrir o placar. Fagner avançou, acionou Matheus Araújo, que tabelou com Fausto Vera, invadiu a área e bateu colocado para marcar seu primeiro gol como profissional.

Ainda é cedo para apontar o garoto como o mais indicado para substituir Renato Augusto, mas ele já mostrou em diferentes momentos que pode entregar qualidade e criatividade que o Timão carece na ausência de seu camisa 8. Apesar da importância de uma vitória na estreia, a impressão deixada pelo Corinthians não foi boa. Depois de três semanas livres sem jogos, a equipe foi mal no primeiro tempo contra o Liverpool-URU, teve um jogo desastroso contra o Remo e voltou a decepcionar contra o Cruzeiro, a ponto de trocar quase 200 passes a menos do que o time visitante.

Estatísticas da partida - Corinthians x Cruzeiro

Posse de bola: 40% x 60%
Finalizações: 12 x 6
Passes completos: 332 x 528
Passes incompletos: 84 x 94
Desarmes: 20 x 18
Dribles: 3 x 4
Escanteios: 7 x 4
Faltas cometidas: 14 x 12
 

Mesmo com uma eliminação precoce e frustrante nas quartas do Paulistão, para o Ituano, o Corinthians parecia ter uma trilha a seguir. A perda de Renato Augusto, seu melhor jogador, provoca óbvios prejuízos, mas não pode fazer a equipe mudar totalmente de rota.