O atacante Jô, anteriormente vinculado ao Corinthians, se viu no meio de uma controvérsia após um confronto contra o Bahia, pela competição nacional, usando uma chuteira esverdeada. A tonalidade, idêntica à do oponente Palmeiras, é proibida no clube. O jogador acabou recebendo uma advertência e uma multa pela diretoria, e foi alvo de uma série de críticas por parte dos adeptos nas plataformas digitais. De maneira curiosa, a restrição ao verde também é aplicada ao Carnaval, junto à Gaviões da Fiel.
A agremiação torcedora, em sua manifestação como escola de samba, igualmente veta o emprego da coloração verde – até mesmo em suas exibições no Anhembi. Não há indumentária, adereço ou ornamento algum da Gaviões que apresente a tonalidade verde. Ainda que o tema "force" a inclusão dessa cor. Mesmo em situações onde a temática aborde elementos relacionados à natureza, por exemplo, os responsáveis pelo desfile devem evitar a coloração do rival.
Em 2016, um dos carros alegóricos da Gaviões foi decorado com folhagens, flores, insetos e animais – contudo, sem vestígios do verde. Com isso, a representação visual parecia remeter ao outono. As folhas, por exemplo, exibiam tonalidades amareladas e avermelhadas.
"A aversão dos adeptos corintianos ao uso do verde precede a existência da agremiação organizada dos Gaviões e está embasada na rivalidade histórica com o Palmeiras", esclarece o estudioso Fábio Parra, diretor cultural da Mocidade Alegre.
Contudo, não é apenas nos desfiles que a coloração verde é evitada. A cor também é proibida nas dependências da escola, como indica um aviso afixado no local. "É terminantemente vedado o acesso de indivíduos trajando verde", adverte o cartaz, para evitar ambiguidades.
A única exceção ocorre durante a visita da coirmã Camisa Verde e Branco. Os membros da escola sediada em Barra Funda, que ostenta o verde em seu emblema – um trevo de quatro folhas – e em seu nome, estão autorizados a adentrar as instalações da Gaviões trajando tal cor. Entretanto, somente eles, e por um motivo especial: a escola é considerada madrinha da agremiação corintiana.
"O Camisa Verde e Branco adotou o verde não por razões relacionadas ao futebol. 'Camisas verdes' era a alcunha do Grupo Carnavalesco Barra Funda, origem da escola, fundado em 1914", complementa Parra, destacando a importância das tradições.
29/02/2024
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