Pacaembu, 25 de janeiro de 2012. A final da Copa São Paulo de Juniores, palco de tantas glórias e dramas para jovens jogadores, se transformava em um teste de nervos para o Corinthians. Empate em 1 a 1 com o Fluminense e, aos 33 minutos do segundo tempo, o goleiro titular precisa ser substituído por dores. A pressão era palpável nas arquibancadas, lotadas por quase 40 mil torcedores.
Nesse momento crucial, surge Ravi, um jovem goleiro vindo do banco de reservas. Com pouco mais de dez minutos para o fim da partida, ele sabia que qualquer falha poderia significar a perda do título. Mas a calma prevaleceu. O tempo, que parecia eterno, se transformou em heroísmo quando o zagueiro Antônio Carlos marcou o gol da vitória. Com Ravi no gol, o Corinthians se sagrava campeão da Copinha de 2012.
O tempo passa. Ravi, agora um ex-jogador, busca novos caminhos enquanto espera por propostas para voltar ao futebol. Para se manter, ele recorre ao Uber, dirigindo pelas ruas da cidade em busca de passageiros. A rotina é diferente dos campos de futebol, mas o profissionalismo continua presente.
"A gente sem clube, sem receber, acaba precisando de dinheiro. Conheci o Uber e vi que dava para ser motorista. No começo, a burocracia me desmotivou, mas a situação foi apertando e decidi tentar. É temporário, para me manter até aparecer algo", explica Ravi em entrevista ao Lance!.
O Uber, ainda uma novidade no Brasil, representa uma alternativa para muitos que, como Ravi, buscam driblar as dificuldades. O sistema de transporte privado, que chegou ao país em 2014, oferece flexibilidade e oportunidade de renda.
"Cada motorista é dono do seu próprio negócio dentro do Uber. A gente depende de atender bem para ter boa avaliação e continuar operando. Tudo o que eu faço é tentar fazer da melhor forma possível, e aprendi isso dentro do Corinthians", afirma Ravi.
A paixão pelo futebol não se apagou. Ravi segue treinando e buscando uma chance de retornar aos gramados. Negociações com um clube da Finlândia estão em andamento, e a esperança de um novo começo é latente.
De 2001 a 2015, foram 14 anos de contrato com o Corinthians. O auge da carreira de Ravi aconteceu entre 2011 e 2012, com a conquista da Copa São Paulo e a participação no Mundial de Clubes sub-17.
Após deixar o Timão, Ravi passou por Ituano, Ceará, Capivariano e Paulista de Jundiaí, mas não conseguiu se firmar em nenhum dos clubes. A jornada de um jovem promissor que se viu obrigado a buscar alternativas para se manter viva.
A história de Ravi é um exemplo das dificuldades que muitos jovens jogadores enfrentam ao deixar as categorias de base. Talento e dedicação nem sempre são suficientes para garantir uma carreira de sucesso. A resiliência e a capacidade de adaptação são fundamentais para superar os obstáculos e seguir em busca dos sonhos.
A saga de Ravi continua. O futuro é incerto, mas a esperança de um retorno aos gramados permanece viva. O tempo, que já lhe proporcionou momentos de glória, pode reservar novos desafios e conquistas para esse jovem que se recusa a desistir.
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